Nível da vela brasileira atrai equipe inglesa para a Rolex Ilhabela Sailing Week‏

Richard Adams e seus tripulantes alugaram um barco para representar iate clube quase bicentenário no maior evento de vela oceânica da Amrica Latina


A 40ª edição da Rolex Ilhabela Sailing Week terá a participação de uma equipe de ponta do Reino Unido. Os ingleses escolheram o evento brasileiro, apontado como o maior da América Latina na de vela oceânica, para conhecer a classe HPE e testar o nível dos atletas brasileiros. A competição será disputada de 6 a 13 de julho no Yacht Club de Ilhabela (YCI), e terá também as classes ORC, C30, RGS, Star e IRC.

O britânico Richard Adams, integrante do quase bicentenário The Royal Western Yacht Club (fundado em 1827, em Plymouth), alugou um barco para participar do evento e, porque não, mostrar a força da terra da Rainha na modalidade. Em Jogos Olímpicos, os atletas da Grã-Bretanha têm mais de 50 medalhas e lideraram o quadro da vela nos quatro últimos eventos. Sem contar a tradição deles em provas de oceano.

Mesmo com a superioridade nos números, o líder da equipe inglesa, batizada de Hot Spot, elogia os brasileiros. "O nível da vela do Brasil é muito forte e fiquei impressionado com o padrão dos atletas locais. Um dos exemplos é Robert Scheidt, que representa os principais velejadores olímpicos brasileiros", afirma Richard Adams, que já navegou no Rio de Janeiro e na represa do Guarapiranga, em São Paulo, mas sem competir. "Acho que será um grande desafio para nós. Certamente vamos melhorar nosso nível de velejada e aprender a correr com um novo veleiro. Sabemos que não é um barco fácil de se conduzir, por isso estabelecemos um período de quase uma semana de treinos em Ilhabela para não fazer feio na raia".

O atleta escolheu a classe HPE, que reunirá mais de 20 barcos nesta temporada. "Sou um velejador que busca novas opções no Reino Unido e fiquei sabendo da maior regata da América Latina. Decidi, então, fretar um barco e competir. Percebi que o HPE é uma classe one-design semelhante ao SP3 e ao J80, mais populares na Inglaterra. Escolhi três jovens e talentosos velejadores da minha tripulção para trazer ao Brasil", diz Richard Adams, que terá Pete Johnson, James Hopson e o filho Paddy Adams como companheiros de equipe.

Richard Adams explica os motivos de o Reino Unido ser referência na vela olímpica e oceânica. "Temos velejadores brilhantes e um dos motivos desse sucesso é o investimento na base. O Royal Yachting Association incentiva a formação de atletas desde os 7 anos de idade. As crianças desenvolvem o prazer e habilidades em velejar logo cedo. O local tem excelentes instalações e treinadores, que formam os jovens até as classes olímpicas. Toda a minha equipe se beneficiou desse apoio".

Inédita homenagem à vela brasileira - A organização da Rolex Ilhabela Sailing Week decidiu resgatar a história de um dos mais vitoriosos barcos da vela oceânica brasileira, na confecção dos troféus a serem entregues aos campeões de 2013. O Saga é o tema escolhido para a premiação porque exatamente há 40 anos, quando nascia a Semana de Vela de Ilhabela, o barco do Iate Clube do Rio de Janeiro tornava-se o primeiro, e até hoje único, latino-americano campeão da tradicional Fastnet Race, considerada a mais clássica das regatas de oceano, atualmente incluída no Circuito Rolex. 

"Esta vitória obtida pelo Saga é histórica e teve grande repercussão na época. Considero como a conquista brasileira mais importante em regatas de oceano até o título de Torben Grael na Volvo Ocean Race 2008/2009", ressalta Carlos Eduardo Souza e Silva, diretor de vela do Yacht Club de Ilhabela e idealizador da homenagem.

Desde 1925, ano de sua criação pelo Royal Ocean Racing Club do Reino Unido, até a épica vitória do Saga em 1973, britânicos e americanos dominavam amplamente a regata de 608 milhas (1126 km) disputada entre as costas da Inglaterra e da Irlanda. A prova era considerada como um desafio definitivo para se avaliar a capacidade das tripulações em velejar tanto em águas costeiras quanto em mar aberto. Além da consagração internacional, o veleiro comandado por Erling Lorentzen ganhou destaque em águas nacionais pelas participações nas tradicionais regatas Santos-Rio e Buenos-Rio. 

A partir de 2006 os troféus do evento de Ilhabela passaram a receber a aplicação de modelos em miniatura de veleiros oceânicos famosos, que fizeram história na America’s Cup. O primeiro homenageado foi o americano Rainbow, vencedor do desafio em 1934. Nos anos seguintes foram retratados alguns dos principais barcos do período pós-guerra da competição como os também americanos Intrepid, Courageous e Stars and Stripes, além do Australian II. Nas duas últimas edições, a Rolex Ilhabela Sailing Week lembrou de conquistas mais recentes da America’s Cup, aplicando nos troféus as réplicas do neozelandês Black Magic e do suíço Alinghi. 

Principal evento náutico esportivo da América Latina, a Rolex Ilhabela Sailing Week tem patrocínio titular da Rolex e patrocínios da Mitsubishi Motors e Bradesco Private. O evento tem apoio da Marinha do Brasil, Prefeitura Municipal de Ilhabela, Confederação Brasileira de Vela (CBVela), ABVO e das Classes ORC, HPE, C30, S40 e RGS, entre outros. A organização, sede e realização são do Yacht Club de Ilhabela (YCI).

Fonte: ZDL de Comunicação
Foto: Rolex | Carlo Borlenghi