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A emoção da vela volta ao mar de Ilhabela na Copa Suzuki Jimny

Competição, no Yacht Club de Ilhabela, marca o retorno das grandes regatas de oceano neste final de semana (31/8 e 1º/9) no litoral norte de São Paulo


Lexus/Chroma
A Copa Suzuki Jimny traz de volta neste final de semana, a emoção da vela oceânica ao Yacht Club de Ilhabela (YCI). Cerca de 40 embarcações são esperadas na mesma raia que no mês passado agitou o litoral norte ao receber a maior competição de oceano da América Latina. A largada da primeira regata está marcada para este sábado (31/8), ao meio-dia, reunindo cinco classes: ORC, IRC, RGS, C30 e HPE-25.

"Teremos com certeza um excelente final de semana para se velejar. A frente fria já está indo embora e o mar deve ficar mais calmo. Este é o primeiro grande evento depois da Rolex Ilhabela Sailing Week. É hora de içar novamente as velas e competir. Isso é o que importa para o velejador, que já deve estar com saudades de uma bela regata", afirma o presidente da Comissão Técnica, Carlos Eduardo Sodré, o Cuca. 

A previsão é de ventos médios no sábado, entre 8 e 10 nós (em torno de 15 km/h) no início da tarde, com tendência de queda para o domingo, segundo dia do evento, sempre com a direção variando de leste a nordeste. A intenção de Cuca é de realizar duas largadas por dia, mas essa condição vai depender da intensidade do vento e das classes, que podem ter suas regatas em raias diferentes. A terceira etapa da competição, penúltima da temporada, será concluída no final de semana dos dias 7 e 8 de setembro. 

Velejadores de oceano com níveis e objetivos diferentes, têm espaço garantido na Copa Suzuki Jimny. O coordenador do Comitê Organizador de Regatas do YCI, Alberto Gaitys, lembra que o clube está pronto para acolher diferentes barcos e tripulações. "As classes C30 e HPE se tornam mais populares porque são ‘one design’, ou seja, em tese deveriam ter veleiros iguais. Os parâmetros objetivos também ajudam: quem chega na frente leva. A ORC e a IRC têm uma regra mais exigente devido à medição, enquanto a RGS é indispensável para a flotilha, permitindo que se veleje em alto nível e que também seja possível levar a família e os amigos a bordo". 

A importância de uma boa classificação na terceira etapa, leva à Ilhabela tripulações de cidades onde a vela também é um esporte tradicional. Os barcos Infinity e Lexus/Chroma vêm de Santos. Jambock, Maria Preta e Caballo Loco partem de Ubatuba, além da tripulação do Tangaroa, vinda de Porto Alegre especialmente para competir na Copa Suzuki Jimny. 

Preparação para a Buenos Aires-Rio - A tripulação do Kanibal, terceiro colocado na classe RGS B, está dividida em duas frentes de trabalho: evoluir na Copa Suzuki Jimny e ao mesmo tempo reforçar o entrosamento para correr a desafiadora Buenos Aires-Rio em fevereiro de 2014. O velejador Martin Bonato, comandante do Kanibal, pretende mesclar as tripulações do barco que está correndo a Copa, com a do Jylic II, um Fast 395 que traz no currículo os títulos paulista e brasileiro da classe, além de ter vencido a Rolex Ilhabela Sailing Week em 2009, na RGS A. 

"Vamos sim fazer a Buenos Aires Rio. Queremos iniciar a descida em dezembro, mas a preparação já começou há seis meses. Não imaginei que daria tanto trabalho. Os equipamentos de segurança, cartas náuticas, velas novas, temos de descobrir os meios adequados porque não somos profissionais. O Lars Grael tem nos dado um super apoio e estamos em contato permanente com o Yacht Club Argentino (YCA). Espero representar muito bem o YCI", relata o comandante Bonato. 

O Jylic II não está inscrito na Copa Suzuki Jimny em função da adequação à regata internacional. Duas equipes de oito tripulantes vão participar da campanha. Uma para ‘descer’ o Atlântico Sul, de Ilhabela à Buenos Aires, e outra para ‘subir’, em busca da linha de chegada, no Rio de Janeiro. "O planejamento é fundamental para se concluir um projeto como esse, mas agora queremos pensar na Copa Suzuki Jimny. Estamos pegando a mão do Kanibal e ficamos ansiosos por um bom resultado", completa Bonato, com entusiasmo. 

Novidade - O feriado da Independência (07/9), penúltimo dia da terceira etapa, será especial para os velejadores dentro e fora da água, durante o dia e à noite também. A Pousada Armação dos Ventos vai receber os participantes do campeonato para uma festa de confraternização. Uma das atrações da noite será o sorteio de uma bicicleta Suzuki, entre os competidores que preencherem o cupom no estande da Suzuki, no YCI. 

Inscrições - Serão feitas nos dias 30 e 31 de agosto (dia 30/08 das 18:00 às 21:00 e no dia 31/08 das 08:00 às 11:30) na secretaria do evento no YCI, com valor de R$ 80,00/Tripulante (exceto tripulante-mirim, isento de taxa de inscrição). 

Fan page no Facebook - A Copa Suzuki Jimny tem página no Facebook para divulgar as informações sobre a competição, velejadores e classes. Além disso, o espaço na internet é um ponto de encontro virtual para atletas, árbitros e fãs da modalidade. Para curtir e ter acesso às atualizações, basta acessar o Facebook e digitar Copa Suzuki Jimny - Circuito Ilhabela de Vela Oceânica.

A Copa Suzuki Jimny/XIII Circuito Ilhabela de Vela Oceânica é organizada pelo Yacht Club de Ilhabela, com patrocínio master da Suzuki Veículos e co-patrocínio da SER Glass. Os apoiadores são: Prefeitura Municipal de Ilhabela, Brancante Seguros, Rádio Antena 1 Litoral Norte e Delegacia da Capitania dos Portos em São Sebastião.

Atenção: mais informações e resultados completos da Copa Suzuki Jimny no site do YCI (www.yci.com.br)
- Acompanhe as novidades da Suzuki nositewww.suzukiveiculos.com.br 
- curta a página no Facebook (facebook.com/suzukibr)
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foto: Aline Bassi

13ª Regata do Camarão é sucesso em Ilhabela

regata


Mais uma vez a Regata do Camarão foi um sucesso em Ilhabela, reunindo mais de 30 embarcações de veleiros clássicos, oceano e monotipos, no último sábado (24/5). A largada da regata, que chegou a sua 13ª edição, foi realizada às 12h30, em frente ao píer da Vila, centro histórico de Ilhabela.

Diversos moradores, turistas e familiares de velejadores estiveram presentes para conferir o momento da largada das embarcações. Entre os destaques desta regata, os veleiros clássicos, como o Horizonte, Henriette, Bruxa do Mar e o belíssimo Atrevida, embarcação de 95 pés, que atraiu a atenção de quem prestigiava a regata. Após a largada dos oceanos foi a vez dos monotipos, embarcações menores, que reúne os velejadores alunos da Escola Municipal de Vela de Ilhabela.

Após a regata, os velejadores se reuniram na sede da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação para confraternização, com o já tradicional camarão e a canoa de cerveja e refrigerantes. Na ocasião foi realizada a premiação dos monotipos. À noite, durante a programação do 18° Festival do Camarão na Vila, foi realizada a premiação da regata para a classe de Oceano. “Sem dúvidas, esta é uma das regatas festivas que mais movimenta a classe da vela em Ilhabela. Uma excelente oportunidade para promover a integração entre os velejadores e oferecer a eles uma regata onde a diversão e o prazer de velejar são o foco principal”, declarou o prefeito Toninho Colucci, que velejou a bordo do veleiro Orson/Mapfre, pela classe de oceano ORC.

Alem do prefeito estiveram presentes na cerimônia de premiação o chefe de gabinete, Julio Cezar De Tullio; o secretário de Esportes, Lazer e Recreação, Flávio César; o secretário de Cultura, Nuno Gallo, e o diretor Náutico, Sérgio do Valle.

A 13ª Regata do Camarão foi realizada pela Prefeitura de Ilhabela, com a organização da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação – Diretoria Náutica, e apoio do Yacht Club de Ilhabela, Pindá Iate Clube, Mar & Vela e Bombarco.

Confira os premiados da 13ª Regata do Camarão 2013

Optimist Veterano
1° - Rafael Pereira da Silva – EVI Núcleo Sul
2° - Gustavo Henrique Godoy – EVI Núcleo Sul
3° - Leonardo Henrique Monteiro – EVI Núcleo Sul
4° - João Pedro Costa – EVI Núcleo Centro
5° - Victor Moraes – EVI Núcleo Centro

Optimist Principiante
1° - Pedro Henrique – EVI Núcleo Centro
2° - Anderson dos Santos
3° - Valter Cristiano – EVI Núcleo Centro
4° - João Victor Escobar – EVI Núcleo Centro

Dingue
1° - Victor Lira Costa / Rafael Tafuri – EVI Núcleo Centro
2° - Bruno Sigel / Renan Oliveira – EVI Núcleo Sul

Byte
1° - Cristiano Ribeiro – EVI Núcleo Centro

Laser
1° - Marcus Vinicius – EVI Núcleo Centro
2° - Ariela Souza – EVI Núcleo Centro

Holder
1° - Hélio Barreto – EVI Núcleo Centro

C30
1° - Barracuda
2° - Caiçara

HPE
1° - SUS
2° - Zoom

ORC
1° - Orson/Mapfre

Bico de Proa A
1° - Veleiro Escola Charlie Bravo
2° - Ilha Sailing
3° - Silence
4° - Andança

Bico de Proa B
1° - Rainha
2° - Karaka
3° - Ariel

Clássicos
1° - Atrevida
2° - Horizonte
3° - Henriette
4° - Bruxa do Mar


fotos: Silas Azocar | PMI

Inaugurada a mais moderna e tecnológica veleria em Ilhabela: a Olimpic Sails Ilhabela

Tinah e Beto
O momento não poderia ser o mais oportuno e adequado para a inauguração da mais moderna veleria de origem italiana, na Capital Nacional da Vela.

No sábado, 6, os irmãos Tinah e Beto e o velejador e tecnólogo Pablo, apresentaram para os velejadores participantes da Rolex Ilhabela Sailing Week, o novo e amplo espaço para consertos e produção de velas para embarcações de oceano e monotipos. 

Pablo Furlan
O coquetel de lançamento da nova casa para velejadores e porque não lembrar os lancheiros também, contou com a presença de ícones do iatismo nacional como Lars e Torben Grael, Maurício Santa Cruz, André Fonseca, Bruno Prada, entre outros.

A primeira unidade fabril da Olimpic Sails fora da Itália, a Olimpic Sails South America situada em Porto Alegre, recebeu a homologação de qualidade da matriz italiana em fevereiro de 2010, quando passou a produzir de forma definitiva os produtos da marca. 

André Fonseca,
o Bochecha
A Olimpic Sails South America foi criada no ano de 2009 com o objetivo de atender o vasto mercado para velas de barcos monotipo e oceano. Situada em uma área de 400 metros quadrados, a veleria tem como responsabilidade atender aos clientes da marca em toda a América do Sul através das suas franquiadas, como a Olimpic Sails Ilhabela, e representantes por todo o Brasil..

Olimpic Sails Itália:

Fundada em 1980 a Olimpic Sails Itália construiu um história de sucesso pelo mundo, tornando-se conhecida por suas características básicas: qualidade e inovação. A empresa consolidou-se também como uma das mais tecnológicas velerias de oceano, tendo desenvolvido tecidos e softwares de última geração.

Serviço:
Olimpic Sails Ilhabela está instalada na Vila, ao lado do Esporte Clube de Ilhabela.
Av. Força Expedicionária Brasileira, 75 A. 
Telefone para contato: 12 3896 6807.
Vendas, Acessórios, Serviços e Capotaria.







texto e fotos: Fernando Luigi

Coquetel de Inauguração (sábado, 6 de julho de 2013)




 





Na estreia do Campeonato Brasileiro de HPE, a equipe SER GLASS faz duas regatas no Top 5 da competição


Primeiro dia de disputas teve chuva, pouca visibilidade e disputas acirradas entre os 21 barcos da classe, em Ilhabela


A equipe SER Glass estreou no Campeonato Brasileiro de HPE, neste sábado (18), brigando de igual para igual com os principais barcos da classe, em busca do título inédito da competição. Após uma primeira regata difícil, o SER Glass Eternity, comandado por Marcelo Bellotti, se recuperou e fez um quarto e um quinto lugares nas outras provas, assumindo o oitavo lugar, com 26 pontos. O líder é o Ginga (Breno Chvaicer), com 6. O Brasileiro reúne 21 barcos em Ilhabela, nove deles com chances de pódio, de acordo com Bellotti, numa de suas disputas mais duras.

O primeiro dia de regatas em Ilhabela amanheceu nublado e chuvoso, dando pouca visibilidade aos velejadores. Devido às condições do clima, os organizadores do evento optaram pela raia de Ponta das Canas para as disputas, que começaram com 10 nós de vento e alcançaram entre 15 e 20 nós.

"Na primeira regata, o vento torceu 35 graus para a esquerda, favorecendo quem estava desse lado da raia, e fomos muito penalizados por isso. Uma pena, foi muito azar, não dá para prever uma mudança tão brusca de vento. Nas outras duas disputas nos acertamos e conseguimos fazer uma boa média. Agora é esperar pela sorte", observou Bellotti, que conta com Diogo Aguiar, Duda Molina e Hélio Rubens Mateus no SER Glass Eternity.

Satisfeito com o desempenho da tripulação, Bellotti espera manter a média nas próximas regatas para subir posições e brigar pelo título do Brasileiro de HPE. "Se pudermos ser mais agressivos, para ganhar posições, nós seremos, mas terminar as próximas disputas entre os cinco primeiros já será muito bom", destacou.

Sob o comando de Trajano Kelmer, com Júlio Cechetto, Alexandre Wissenbach e Fernando Brecheret, o outro barco da equipe, SER Glass 10 Anos, ocupa o 12º lugar no Brasileiro de HPE, com 31 pontos perdidos. Mais duas regatas estão previstas para este domingo (19), a partir do meio-dia, e o campeonato se encerra no próximo fim de semana (dias 25 e 26).

Classificação após três regatas

1 - Ginga (Breno Chvaicer) - 6 pontos perdidos (4+1+1)
2 - Fit to Fly (Eduardo Mangabeira) - 13 pp (1+2+10)
3 - Magoo (Augusto Falletti) - 15 pp (6+7+2)
4 - Corum ICS (Rafael Gagliotti) - 17 pp (3+8+6)
5 - Relaxa Next/Caixa (Maurício Santa Cruz) - 20 pp (2+14+4)
6 - Bond Girl (Rique Wanderley) - 21 pp (5+9+7)
7 - Bixiga (Pino de Segni) - 25 pp (11+5+9)
8 - SER Glass Eternity (Marcelo Bellotti) - 26 pp (17+4+5)
9 - Jimny Take Ashauer (Casio Ashauer) - 27 pp (9+3+15)
10 - Artemis (Mark Essle) - 28 pp (8+12+8)
11 - CAB Ambiental (Dario Galvão) - 31 pp (22+6+3)
12 - SER Glass 10 anos (Trajano Kelmer) - 31 pp (7+13+11)

Sobre a SER Glass

A SER Glass é fabricante do vidro blindado Eternity e está no mercado desde 2005. Aliando estudos e tecnologia, em 2009 a empresa iniciou a produção de vidros blindados cuidadosamente testados e que obedecem aos mais rígidos padrões de qualidade e tecnologias mundiais.

Atualmente, a SER Glass absorve cerca de 15% da produção nacional de vidros blindados e desenvolve cerca de 10 modelos de novos veículos a cada mês. É a única no país com equipamentos e softwares para montar projetos dos vidros blindados em 3D. Além disso, é a primeira empresa do Brasil a oferecer 10 anos de garantia contra a delaminação do vidro.

A fábrica, localizada em São Bernardo do Campo (SP), possui uma área de mais de 10 mil metros quadrados e segue em suas instalações todos os requisitos de segurança, normas ambientais e padrões internacionais de laboratório.


fonte: Local da Comunicação
foto: Aline Bassi | Balaio


Travessia do Atlântico termina em Ilhabela com festa para Beto Pandiani e Igor Bely


Aventura a bordo de um catamarã (barco de dois cascos) sem cabine durou 38 dias e a dupla percorreu mais de 4.000 milhas náuticas (7.400 quilômetros) 
da Cidade do Cabo, na África do Sul, até o Brasil


Às 12h35 deste sábado (27), na sede da escola de vela BL3, em Ilhabela, chegou ao fim uma das mais desgastantes aventuras da carreira do brasileiro Beto Pandiani e do francês Igor Bely. A Travessia do Atlântico a bordo de um catamarã (barco de dois cascos) sem cabine durou 38 dias e a dupla percorreu mais de 4.000 milhas náuticas, o que corresponde a 7.400 quilômetros da Cidade do Cabo, na África do Sul, até o Brasil.

"Foi muito mais difícil psicologicamente do que fisicamente", logo dizia Beto Pandiani aos amigos quando a embarcação tocou nas areias da Praia da Armação. A recepção aos velejadores foi digna dessa grande expedição com mais de 500 pessoas no local, sem contar as 20 embarcações que escoltaram o Picolé, como foi batizado o barco, desde a Ponta das Canas até a praia da Armação, sede da BL3. Com celulares e máquinas fotográficas em mãos, os fãs da vela oceânica e as crianças registraram o momento na bela tarde de sol e 27 graus do litoral norte paulista.

O trajeto entre os continentes foi marcado pela falta de vento, o que mudou o cronograma da viagem inicialmente previsto para um mês. Desde o início do projeto, em 2011, a dupla alinhou todos os detalhes do barco para encontrar ondas fortes e não quebrar. Numa conta simples, em 70% do caminho a velocidade dos ventos não ajudou a impulsionar a proa do Picolé para a costa brasileira. A ansiedade da chegada, principalmente na última semana, foi, segundo os velejadores, a maior dificuldade da Travessia do Atlântico.

A viagem foi a mais ‘online’ da carreira da dupla. Diários de porto, relatórios, boletins de rádio, fotos e outros detalhes da Travessia do Atlântico eram postados em tempo real no http://travessiadoatlantico.tumblr.com/. O sucesso foi tanto que Tumblr registrou 7 mil seguidores durante a expedição.

As redes sociais foram uma ferramenta importante para o sucesso do projeto, que usou o crownfundind, uma espécie de vaquinha virtual, para captar parte do dinheiro necessário. Cerca de 700 pessoas se uniram e colaboraram com R$ 166.568,24, acima da meta estabelecida de R$ 150 mil. O valor foi usado para cobrir despesas com equipamentos, que incluíram GPS, telefones via satélite, dessalinizadores de água, alimentos liofilizados e outros mais. Mas o ‘dinheiro’ não foi o que motivou a dupla e sim as mensagens de carinho e apoio pela internet. Uma delas, em francês, ganhou o prêmio de melhor das milhares: "Chegar ao destino é um desejo, mas navegar é um prazer", numa tradução literal para o português.

"Eu sentia a energia de todos nos momentos mais difíceis da viagem. Era impossível pensar em desistir com esse carinho, apesar de estarmos quase boiando em alto mar. Os nomes de cada um escritos no barco e no pote a bordo foram nosso combustível", disse Beto Pandiani. "Conseguimos criar essa interação e quem compartilhou nossos posts, incentivou, participou da vaquinha e divulgou de alguma maneira foi um embaixador da Travessia do Atlântico".

Com português perfeito, apesar de ser francês e de escrever seus posts em inglês, Igor Bely insistiu na dificuldade enfrentada. Juntos, os parceiros de outras aventuras como a Travessia do Pacífico já passaram mais de 100 dias e quase 30 mil quilômetros em barco aberto e sem conforto. "A primeira e a última semanas foram as mais difíceis dos 38 dias da Travessia do Atlântico. No começo, quando zarpamos da Cidade do Cabo, o mau tempo e o mar bem agitado deram as caras. Tivemos de ser mais concentrados e focados. Na parte final, o cansaço bateu e a ansiedade de chegar logo para colocar o pé na areia e rever os amigos e família era potencializada pela falta de vento".

Os velejadores tentaram uma parábola no caminho e ficar sempre de proa para o Brasil, mas essa estratégia resultou na passagem por regiões de ventos fortíssimos, principalmente no Cabo da Boa Esperança, água muito fria, tubarões, navios mercantes e ondas gigantes. A rota foi paralela à costa da África do Sul e da Namíbia. A dupla Passou pela Costa dos Esqueletos, que é a porção de terras desérticas do continente. Morbidade e beleza se confundiam. "Em um determinado momento, nos primeiros dias, poupamos o barco por causa do vento forte, ou seja, deixamos sem vela e navegar pelo mastro era suficiente", relatou Betão Pandiani. Depois desse trecho inicial, os aventureiros chegaram ao ponto mais ‘complicado’ que foi a falta de ventos.

Atrito a bordo? - Nenhum. Cada um conhece o outro e sabia de suas funções no catamarã. "O barco é um ambiente explosivo para criar um atrito entre os tripulantes. Nesse período não houve nenhuma desavença entre nós. Foi um sentimento de companheirismo mútuo. Fazer o veleiro andar é um detalhe instintivo, mas contornar os problemas emocionais não é natural e tivemos que aprender ao longo das expedições", recordou Beto Pandiani.

"A característica do Igor a bordo é fundamental. Sua bagagem de conhecimento náutico adquirido dentro de um barco, nos ajuda a ter esse resultado. Todos os detalhes e soluções dentro de uma embarcação ele consegue fazer com maestria".

Sobre as novidades para 2014, Betão quer apenas esperar. "Difícil pensar nas próximas viagens, só sondagens por enquanto. Quando estamos em uma expedição como a do Atlântico, a única intenção concreta é ter energia para chegar ao destino".

O barco - O Picolé foi aprovado no teste! O barco de 24 pés (oito metros) é feito todo em carbono para suportar condições adversas. O veleiro de dois cascos foi construído no estaleiro alemão Eaglecat, mas foi na Cidade do Cabo que o português Manuel Mendes, dono da marina que recebeu a dupla, ajudou a dar um jeito em pequenos detalhes que poderiam colocar a perder o projeto da Travessia do Atlântico. O modelo foi adaptado às experiências de viagem da dupla e é híbrido, ou seja, não existe outro igual no mundo.

"É difícil chegar um modelo ideal de catamarã. Podemos dizer que não houve quebras e molhou bem menos comparando com os outros barcos. Ficar seco faz a diferença em tanto tempo de viagem. Outro ato aprovado foi que a frente dele, a proa, não enterra na onda", disse Beto Pandiani. "A cada barulho, batida de onda, a gente ficava atento. Nós sentimos o barco".

Igor Bely deu seu ponto de vista. "Quando pegava mar de lado, nós ficávamos apreensivos. É uma característica de um catamarã. Esse modelo é bom com mar liso e vento favorável. O aprendizado do Pacífico foi fundamental, mas o Picolé é mais forte".

A novidade veio dar à praia - "Tá vendo aquele barco vermelho ali na frente?", disse uma mãe para a filha de no máximo quatros anos. "Ele veio lá do outro lado do mar, de outro continente e a gente veio aqui só pra ver os marinheiros chegarem". O interesse pela expedição começou antes do início da tarde deste sábado. Com uma ampla rede de amigos nas redes sociais e uma divulgação bem distribuída, a chegada de Pandiani e Bely na Travessia do Atlântico se transformou na principal atração do dia em Ilhabela, tradicional cidade da prática da vela no Brasil.

Os 500 fãs dos velejadores acompanharam as dificuldades que os dois passaram no Oceano Atlântico pela internet e foram recepcioná-los com muita energia e alegria na sede da BL3. Fotos para Facebook, Instagran e até autógrafo os navegadores deram. Saudade para uns, admiração para outros e novidade para a maioria, que viu pela primeira vez um catamarã sem o mínimo de conforto que transportou dois aventureiros por mais de 7.400 quilômetros. Chamava muito a atenção as duas pequenas barracas instaladas na proa que serviram de dormitório para os velejadores.

O prefeito Antônio Colucci, o capitão Alexandre Motta de Sousa, da Capitania dos Portos, em São Sebastião, patrocinadores, o anjo da guarda dos velejadores na Cidade do Cabo, Manuel Mendes, e os curiosos mudaram a paisagem da Praia da Armação. Antes de aportar, o barco Picolé foi escoltado por uma flotilha de 20 barcos, lanchas e monotipos, liderados pelo Orson Mapfre, um dos ícones da vela oceânica brasileira, comandado por Carlos Eduardo de Souza e Silva, o "Kalu".

O primeiro discurso, precedido pela Aquarela do Brasil de João Gilberto, misturou saudade e agradecimento. Sempre fazendo reflexões, Beto Pandiani destacou a importância do apoio de cada amigo, dos dias sem vento e do legado. "A vontade que tenho é de abraçar um por um, de olhar nos olhos e agradecer a oportunidade de ter vivido esta emoção tão intensa nestes últimos meses. A viagem deu certo e o Picolé agora tem uma casa: Ilhabela. Quero que este barco sirva de inspiração para as crianças e que passe a ser um barco escola, ensinando aos pequenos os valores que se precisa para ir ao mar. Preciso devolver tudo que recebi, e esta é uma das maneiras que vejo".

Depois de cumprimentar cada amigo antigo ou novo, a dupla foi conversar com a imprensa no hotel Armação dos Ventos. Esgotado o assunto, veio a melhor parte. A primeira refeição quente dos últimos 38 dias, que incluiu arroz com coco, cação, filé mignon, muqueca de peixe, farofa, purê de banana e muito Red Bull.

Logo depois, Pandiani e Bely foram descansar porque na noite do sábado estava programada uma grande festa no hotel para comemorar o feito. Beto Pandiani, responsável por uma sugestiva e criativa playlist da expedição (ele colocava a música do dia em cada post que escrevia na internet) seria o DJ.

Beto Pandiani e suas aventuras - Desde 1993, velejar deixou de ser um hobby para se tornar profissão na vida de Beto Pandiani. A partir disso o velejador tem colecionado aventuras incríveis e histórias inesquecíveis, enfrentando marés, tempestades e outras adversidades para chegar ao destino final.

Em 1994 Betão organizou sua primeira expedição, que foi chamada de "Entre Trópicos". Ele zarpou de Miami para a Ilhabela em 289 dias no mar. Em 2000 foi a vez da "Rota Austral", partindo do Chile, cruzando o Cabo Horn - ponto alto da expedição - até a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, em 170 dias. A "Travessia do Drake", em 2003, saiu de Ushuaia e cruzou a passagem entre a América do Sul e a Antártica. Foram 45 dias que deram a Beto Pandiani e Duncan Ross, seu parceiro de viagem, o título de primeiros velejadores a chegarem à Península Antártica em um barco sem cabine.

Em 2004 foi a vez de ir da Flórida à Nova Iorque, na regata Atlantic 1000, a mais longa prova para catamarãs do planeta. Resultado foi acima do esperado, um segundo lugar na competição. Já em 2005, na "Rota Boreal", foram três meses velejando de Nova Iorque até Sisimiut, na Groenlândia, enfrentando as terríveis condições climáticas polares. Entre 2007 e 2008, junto com Igor Bely, Beto Pandiani atravessou o Oceano Pacifico, partindo do Chile e chegando à Austrália. Foram 17 mil quilômetros percorridos, muitas semanas sem ver terra e mais um título: o de primeiros velejadores do mundo a cruzar o Pacífico Sul em um barco sem cabine.

Perfil de Beto Pandiani - Brasileiro, 55 anos, formado em administração na Puc-SP
O santista Roberto Pandiani, há 18 anos realiza expedições de alta performance pelos mais temidos mares do mundo a bordo de catamarãs sem cabine. Filho do também velejador italiano Corrado Pandiani, conquistou prêmios nacionais, internacionais e coleciona marcas vitoriosos na história da vela mundial. A primeira virada na carreira profissional foi deixar um estágio na Pirelli, quando cursava administração na Puc-SP. Depois, atuou como empresário do entretenimento.

Durante os anos 1980 e 90, Pandiani foi proprietário de diversas casas noturnas que badalaram as noites paulistanas: Singapura, Aeroanta, Clube Base, Olivia e Mr. Fish, entre outros negócios. No final dos anos 1990, deixou o ramo do entretenimento para assumir a vela como profissão e negócio, passando a trabalhar exclusivamente com o esporte que é a paixão de sua vida. As expedições de Roberto Pandiani originaram cinco títulos pela Editora Terra Virgem: "Entre Trópicos", "Rota Austral", "Travessia do Drake", "Rota Boreal", "Travessia do Pacífico" e um livro de histórias: "O mar é minha Terra", pela Editora Grão.

Atualmente tem ministrado palestras sobre planejamento, gerenciamento de risco, superação de resultados e trabalho em equipe para grandes empresas, entre elas Caloi, Credicard, Reebook, USP, Bank Boston, Atos Origin Brasil, Unibanco, Citibank, Votorantim, Medial Saúde, Cia Vale do Rio Doce, Novartis, Banco Itaú e HSBC.

Perfil de Igor Bely - Francês, 29 anos, formado em engenharia mecânica em Lyon, França
Nascido na Ilha da Reunião, no Oceano Índico, Igor viveu seus primeiros 18 anos a bordo do veleiro de seus pais, Sophie e Oleg Bely, conhecendo parte do mundo e aprendendo quatro línguas, que hoje fala fluentemente: francês, português, inglês e espanhol. Fez sua primeira viagem à Antártica com 2 anos de idade e aos 3 anos foi personagem da reportagem de TV "Igor na Antártica", realizada pela então Rede Manchete.

Com mais de 200 mil milhas (400 mil km) navegadas, tem em sua trajetória mais de 20 expedições à Antártica e a regiões polares como Groenlândia, Labrador, Geórgia do Sul, Alaska e Cabo Horn. Participou como apoio de duas expedições polares do velejador Roberto Pandiani (Travessia do Drake e Rota Boreal) e foi também foi velejador na Travessia do Pacifico.

A Travessia do Atlântico teve o patrocínio de Semp Toshiba, apoio de Mitsubishi, Red Bull e Certisign. Os colaboradores foram Reebok, BL3, Sta Constância, Azula, North Sails e Track and Field.

Fonte: ZDL de Comunicação
Fotos: Maristela Colucci